quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Gel anticoncepcional

Cientistas norte-americanos afirmaram que um gel contraceptivo aplicado diretamente na pele pode ser usado como uma alternativa à pílula anticoncepcional.
O produto, chamado Nestorone, está sendo desenvolvido pela indústria farmacêutica americana Antares Pharma e a pesquisa foi apresentada durante a conferência da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, em Denver, nos Estados Unidos.
Quando totalmente desenvolvido e aprovado para uso, o produto poderia ser aplicado como um creme no abdome, nas coxas, braços e ombros e é rapidamente absorvido pela pele sem deixar resíduo.
Por enquanto, apenas 18 mulheres testaram o produto.
Projesterona artificial
Testes clínicos muito preliminares mostraram que o creme é eficaz e tem boa tolerância, sem produzir os efeitos colaterais secundários associados à pílula, como náusea, aumento de peso e acne.
O ingrediente mais importante é um novo tipo de progesterona sintética, muito parecida com o hormônio natural. O remédio também tem uma classe de estrogênio quimicamente idêntico ao produzido pelas mulheres.
Segundo os cientistas, o medicamento também pode ser usado por mulheres que estão amamentando, ao contrário da pílula, que pode interferir na produção do leite materno.
Adesivo anticoncepcional
A médica Ruth Merkatz, do centro de pesquisa da organização sem fins lucrativos Population Council, com sede em Nova Iorque, fez o estudo sobre o produto com 18 mulheres entre 20 e 30 anos. De acordo com este estudo, a dose ideal é de três miligramas do creme por dia.
No período de sete meses nenhuma das mulheres que usou o tratamento ficou grávida. Os exames hormonais mostraram que o gel conseguiu suprimir a produção de óvulos nos ovários das mulheres testadas.
"Estamos nas primeiras etapas de seu desenvolvimento, mas agora poderíamos continuar testando em muitas outras mulheres", afirmou Merkatz.
O novo creme funciona da mesma forma que o adesivo anticoncepcional, disponível atualmente em alguns países. O adesivo é colocado sobre a pele e libera uma dose regular de progesterona e estrogênio, que evita que os ovários liberem um óvulo a cada mês.
Mas, o adesivo tem duas grandes desvantagens em relação ao gel, é visível e pode se soltar da pele.
Alternativa à pílula
Apesar dos estágios iniciais dos testes, os cientistas afirmam que o novo creme poderia oferecer uma alternativa à pílula anticoncepcional, usada por milhões de mulheres em todo o mundo.
"Qualquer sistema contraceptivo que aumente a seleção de métodos disponíveis para as mulheres e ajude a evitar a gravidez indesejada é bem-vindo", afirmou Natika Halil, diretora de informação da Associação Britânica de Planejamento Familiar.
Mas, Halil alerta que "este produto não será conveniente para todas as mulheres, apenas para aquelas que se sintam confortáveis ao usá-lo na pele".
Enquanto isso, outra pesquisa de ponta descobriu finalmente a estrutura que permite que o espermatozoide ligue-se ao óvulo, o que permitirá o desenvolvimento de anticoncepcionais verdadeiramente inovadores - veja a reportagem O óvulo encontra o espermatozoide: O lado feminino da história.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O CÂNCER DE OVÁRIO: PARANDO UM ASSASSINO SECRETO

Quando o câncer de ovário é descoberta cedo, tem uma taxa de cura de 90%, e ainda 16 mil mulheres morrem a cada ano, tornando-o mais mortal câncer do sistema reprodutivo das mulheres. Por quê? Porque 80% das mulheres descobrem quando é tarde demais. O que os médicos estão aprendendo agora pode nos ajudar a detectar e combater o câncer ovariano cedo.

A conexão do tubo de Falópio
Ao olhar para as mulheres que têm uma predisposição genética para câncer de ovário, os pesquisadores descobriram o início do câncer em suas trompas de falópio, ao invés de seus ovários. As tubas uterinas são responsáveis por trazer óvulos pelos ovários ao útero, e os cientistas agora acreditam que podem também ser iniciado células de câncer nos ovários, onde um rico suprimento de sangue dá-lhes um lugar fértil para crescer.

A pesquisa é nova e precisa ser confirmada, mas poderia dar aos médicos um novo local para procurar sinais precoces de câncer de ovário, que tem muito poucos sintomas e é difícil de detectar. Ainda mais emocionante, 40 estudos mostraram que a laqueadura tubária (cirurgia em que as trompas estão "amarrados", previne gravidez, impedindo os ovos de viajar para o útero), reduz o risco de câncer de ovário em um terço. E desde que a remoção do ovário tem muitos efeitos colaterais graves, como o risco elevado de doença cardíaca, osteoporose e demência. A laqueadura pode ser um caminho mais seguro para reduzir o risco de câncer de ovário.
O que isso significa para mim?
Se você está no risco elevado para câncer de ovário, você pode querer conversar com seu médico sobre as pesquisas de ponta e como você pode ser capaz de aproveitá-lo em um futuro próximo para reduzir o seu risco.

3 Etapas para diminuir o risco de câncer no ovário.
  1. Conheça o seu perfil de risco.
    Pelo menos 10% das mulheres com câncer de ovário têm um parente que também tinha. Faça uma análise aprofundada da família em ambos os lados, para ver se alguém teve câncer de mama, ovário ou útero.
    Se você nunca ficou grávida e começou a menstruar antes dos 12 anos ou teve terapia de reposição hormonal para sintomas da menopausa, você pode estar em um risco aumentado para câncer de ovário.
  2. Considere a pílula anti-concepcional.  A pílula por mais de cinco anos vai reduzir o risco de câncer de ovário em cerca de 50%. Discuta com o seu médico, pois ele também pode elevar o risco de outras condições de saúde.
  3. Adicione 3 alimentos para sua dieta diária contra o câncer.   
    A aveia se mostrou potente para reduzir o risco de câncer de ovário, e é uma fibra, ideal para começar o dia, não importa por qual motivo. 
    Espinafre e outros vegetais vibrantes
     são ideais no combate ao câncer, uma vez que é rico em flavonoides, que alem de erradicar o câncer, inclui ações anti-inflamatória, hormônal, anti-hemorrágica e anti-alérgica.
    Brócolis e caulifower
     ambos são alimentos ricos de compostos que podem quebrar a química câncerigena no corpo. Ambos foram eficazes em reduzir o risco de câncer de ovário e ajudar os pacientes a viver mais tempo com ele.

    Seis Sinais de aviso que você não deve ignorar
    Quando o câncer cresce nos ovários, que secretam hormônios e outras substâncias há aumento de gás na cavidade abdominal, lentamente do intestino para baixo, seguido por prisão de ventre e sensação de pressão e constipação. Aqui estão os seis sintomas críticos:
    • Inchaço
    • Aumento do volume abdominal
    • Dor abdominal
    • Dor pélvica
    • Dificuldade de se alimentar
    • Constipação
    Se você sentir qualquer um destes sinais de aviso, não entre em pânico. Estes sintomas são comuns e podem ser associados a várias condições diferentes, o que significa que pode ser outras dezenas de problema que passe longe de ser cancerigeno. Se elas são novas para você, persistem por mais de algumas semanas, você deve conversar com seu médico para fazer o rastreio.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Verme traz esperança de prolongar fertilidade em mulheres



Estudo com vermes descobre que proteína pode regular a qualidade dos óvulos. Em verme com menos proteína, a qualidade era maior

The New York Times
Nas mulheres, a idade traz um declínio na qualidade dos ovócitos, levando a uma maior probabilidade de defeitos de nascimento, como a síndrome de Down. 
A medicina moderna, um estilo de vida saudável e uma ou duas aplicações de botox podem fazer uma mulher se sentir jovem por décadas. Mas aos 30 e poucos anos, sua habilidade reprodutora já está em rápido declínio.
Agora, um estudo na revista Cell sugere que um dos animais favoritos para experimentos na ciência moderna, o Caenorhabditis elegans, pode proporcionar uma nova percepção sobre a fertilidade feminina. Para o verme, assim como para as mulheres, é a qualidade reduzida dos óvulos, e não a quantidade, que sinaliza o primeiro sinal do envelhecimento reprodutivo.
Coleen Murphy, bióloga molecular da Universidade de Princeton, e colegas descobriram que, à medida que o Caenorhabditis elegans envelhece, seus ovócitos, ou óvulos não-fertilizados, começam a se degradar, graças ao aumento na secreção de uma proteína chamada fator transformador de crescimento beta, ou TGF-beta (sigla em inglês). A mesma proteína é encontrada em humanos e outros mamíferos.
Os pesquisadores também conduziram experimentos com vermes mutantes, que possuíam níveis baixos de atividade TGF-beta. Nesses vermes, a habilidade reprodutora foi prolongada e a qualidade dos óvulos não decaiu.
Também nas mulheres, a idade traz um declínio na qualidade dos ovócitos, levando a uma maior probabilidade de defeitos de nascimento, como a síndrome de Down. Cientistas testaram a proteína em ratos e descobriram um efeito similar, mas em humanos ela pode não desempenhar exatamente o mesmo papel.
Ainda assim, esse tipo de pesquisa pode eventualmente proporcionar o conhecimento para estender a fertilidade feminina, segundo Murphy.
“O sonho seria que pudéssemos dar a uma mulher de 30 e poucos anos um suplemento, ou medicamento, para manter seus ovócitos saudáveis pelo maior tempo possível”, disse ela. “Hoje nós temos tratamentos que estendem a expectativa de vida, mas nada amplia nosso ciclo reprodutivo”.
Existem limites, conforme foi visto em alguns dos vermes mutantes. Embora sua habilidade reprodutora tenha aumentado, o mesmo não ocorreu com sua expectativa de vida, e tentar se reproduzir em idade avançada – 13 dias, para os vermes – era fatal.