quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Chip, permite que o médico faça até oito diferentes exames laboratoriais no próprio consultório.

"Faça os exames e volte"
Uma das coisas mais irritantes quando procuramos um médico é a longa espera pelos resultados dos exames - e uma nova espera pela marcação do retorno.
Todas as pesquisas no campo dosbiochips têm como objetivo criar testes rápidos para vários tipos de doenças, que o médico possa aplicar no próprio consultório - ou que você possa comprar na farmácia.
E os resultados começam a aparecer.
O projeto MicroActive, financiado pela União Europeia, acabar de apresentar um biochip que permite que o próprio médico conduza o exame laboratorial durante a consulta.
Chamado por seus criadores de "chip da saúde", o minúsculo aparelho pode detectar viroses, doenças bacterianas e até câncer.
Chip da saúde
O avançado sistema integrado, que se baseia na microtecnologia - a mesma usada para fabricar os processadores de computador - e na biotecnologia, dispensa a ida ao laboratório, a longa espera, e mantém seus dados médicos restritos ao seu médico de confiança.
Mas a grande vantagem é que o minúsculo chip automatiza a análise, dando resultados mais precisos do que uma análise feita mesmo por técnicos experientes.
Segundo a equipe do projeto MicroActive, o novo chip da saúde contém um laboratório completo, embutido dentro de um plástico similar a um cartão de crédito.
Os experimentos iniciais foram feitos usando células colhidas para diagnóstico de câncer de colo uterino - um exame com alto índice de interpretações incorretas.
Mas o biochip pode diagnosticar várias doenças causadas por bactérias ou vírus, assim como diferentes tipos de câncer.
Laboratório portátil
O biochip contém vários canais muito estreitos, que contêm substâncias químicas e enzimas nas proporções corretas para as análises individuais. Quando a amostra do paciente é injetada nos canais, estes reagentes são misturados.
"O chip de saúde pode analisar o seu sangue ou células para oito doenças diferentes," explicam Liv Furuberg e Michal Mielnik, membro do grupo SINTEF, com sede na Noruega.
"O que essas doenças têm em comum é que elas são identificadas por meio de marcadores especiais, que são encontrados na amostra de sangue. Estas 'etiquetas' podem ser proteínas, que deveriam ou não deveriam estar ali, fragmentos de DNA [ácido desoxirribonucleico] ou enzimas.
"Este pequeno chip é capaz de realizar os mesmos processos que um grande laboratório, e não somente executá-los mais rápido, mas os resultados também são muito mais precisos. O médico simplesmente insere o cartão em uma pequena máquina, acrescenta umas gotas da amostra do paciente através de um tubo no cartão, e os resultados são mostrados rapidamente," explicam os cientistas.
Ansiosos para comercializar o chip da saúde, os pesquisadores estão trabalhando com um hospital, na qualidade de usuários finais, para validar a usabilidade do sistema e sua precisão clínica.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Cigarro danifica o DNA em minutos

Nova pesquisa mostra que o cigarro começa a destruir o DNA do fumante poucos minutos depois que a fumaça é inalada, sugerindo que o hábito cause danos genéticos imediatos, rapidamente aumentando o risco de câncer em curto prazo.

Hecht e sua equipe relataram suas observações na edição atual da revista especializada Chemical Research in Toxicology.“Os resultados aqui relatados servem como uma dura advertência àqueles que estão pensando em começar a fumar”, disse a principal autora do estudo, Stephen S. Hecht, do Centro Maçônico do Câncer e do departamento de farmacologia da Universidade de Minnesota em Minneapolis, em um boletim da Associação Química Americana.
Durante a pesquisa, os investigadores se concentraram em uma classe de causadores de câncer encontrados na fumaça do cigarro, os chamados hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, ou HAPs.
Os HAPs são conhecidos por causar danos ao DNA e por isso acredita-se que os mesmos tenham um importante papel na fase inicial do câncer de pulmão, doença que os pesquisadores ressaltaram estar relacionada à perda de 3000 vidas por dia em todo o mundo, principalmente como conseqüência do tabagismo.
Entretanto, até o momento pouco se sabia sobre o mecanismo exato através do qual a exposição aos HAPs causava a doença.
Para melhor compreender os riscos, Hecht e sua equipe conduziram o que chamaram de “análise única”, rotulando e acompanhando um único HAP – ou fenantreno – através do organismo de 12 fumantes voluntários.
Os autores do estudo observaram que este método foi “o primeiro a investigar o metabolismo humano do HAP especificamente conduzido pela inalação da fumaça do cigarro, sem a interferência de outras fontes de exposição - como a poluição do ar ou a alimentação”.
Os resultados

Ao transformar-se rapidamente no corpo em uma toxina conhecida, o HAP em questão começou a causar danos ao DNA do fumante entre 15 e 30 minutos depois da inalação da fumaça.
A rapidez do processo causador do câncer surpreendeu a equipe de pesquisa. Eles disseram que a velocidade com a qual o ataque potencialmente letal ao DNA teve início foi comparável a injetar o HAP diretamente na corrente sanguínea do indivíduo.

sábado, 15 de janeiro de 2011

“Defesa civil”? - isso sim é que é ironia.

- A defesa civil ou proteção civil é o conjunto de ações PREVENTIVAS, de socorro, assistenciais e reconstrutivas destinadas a EVITAR ou minimizar os desastres naturais e os incidentes tecnológicos, preservar o moral da população e restabelecer a normalidade social. 

Efetuar ordem ao caos não deve ser mais a preocupação da defesa civil e sim criar um grupo de estudos aonde avaliem durante todo o ano às possíveis manifestações de tragédias. Durante anos a defesa civil age após algum deslizamento de terra e é evidente que o modo como administra o trabalho é errôneo, débil e ultrapassado. A partir deste ano tem de ser criado um grupo para precaver os desastres e não para procurar cadáveres.

Sérgio Cabral chegou a dizer a imprensa "que toda a culpa pertencia à ocupação ilegal das terras". Come se a população na época tivesse alguma noção básica de ciências, geografia e topografia. É uma vergonha o governador Sergio Cabral não dizer que, a defesa civil é apenas um grupo de fachada, já que não funciona e que em todo o ano morre toneladas de pessoas e concretos de paredes com a história de uma família. Essa foi a pior tirada de corpo fora, uma vez que o governador esta no cargo para GOVERNAR, ou será apenas mais uma fachada? 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Como são feitas as pesquisas para vacina contra o HIV?


A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e a Faculdade de Medicina da USP estão recrutando voluntários para um estudo sobre vacinas preventivas contra o HIV. A pesquisa será realizada com 100 pessoas, sendo 25 do Brasil; 25 de Lima e 25 de Iquitos, no Peru; e 25 de Lausanne, na Suíça, durante 1 ano.
O estudo, que faz parte da rede internacional HIV Vaccine Trials Network (HVTN), sediada nos EUA, pretende analisar a segurança de duas candidatas à vacina e qual delas é mais eficiente.
O estudo não é feito injetando o vírus nos voluntários e não oferece riscos à saúde. “É importante ressaltar que o HIV não está presente nas vacinas que serão testadas. Elas usam componente sintético, que não apresenta o menor risco de infecção pelo vírus da Aids”, afirma o médico Artur Kalichman, coordenador-adjunto do CRT-DST/Aids e responsável pela Unidade de Pesquisa de Vacinas.
Vários estudos estão em desenvolvimento em todo o mundo na busca por uma vacina preventiva contra o HIV. Em 2009, uma pesquisa tailandesa com 16 mil voluntários durante 5 anos concluiu que a vacina proporcionou uma proteção 31,2% maior em comparação com placebo.
A pesquisa em SP
Gabriela Calazans, coordenadora de educação comunitária do Centro, explica que as vacinas do estudo do CRT-DST/Aids são feitas usando o vírus do resfriado comum como vetor, para levar alguns genes do HIV até células específicas do sistema imunológico. Esses genes não são capazes de contaminar a pessoa com a doença, eles apenas fazem com que nosso organismo produza proteínas.
Como o adenovírus é conhecido do corpo, ele consegue ser um “sistema de transporte eficiente” para o material genético do HIV, pois não é combatido logo que entra no organismo. Uma das candidatas à vacina carrega um par de genes enquanto a outra leva consigo 3 genes. O estudo, então, irá ver qual delas provoca a melhor resposta do sistema imunológico.
“Tem-se a ideia de que quanto mais, melhor. Mas quanto se produzem anticorpos para muitos genes, pode-se ter uma resposta difusa e não potente o suficiente”, explica a coordenadora. Com o resultado em mãos, será possível voltar ao laboratório e evoluir no desenvolvimento da vacina, com novos estudos, o que só deve ser concluído em pelo menos 10 anos, segundo ela.
Antes da engenharia genética a maioria das vacinas era feita com o vírus atenuado (ou seja, mais fraco) ou morto. “Com o vírus da Aids não é permitido fazer testes nem com ele atenuado, nem morto. Em uma amostra grande um pode estar vivo e não sabemos a consequência disto, por isso usamos pedaços do material genético, não um ser vivo”, explica Calazans.
E para não provocar nem o resfriado, o vírus não tem a capacidade de se reproduzir, e assim não consegue provocar nem um resfriado. Mesmo assim, nos três dias que seguem a aplicação da vacina, o voluntário tem um acompanhamento detalhado em busca de reações esperadas a qualquer vacina, como febre ou dor no corpo.
Os voluntários têm um calendário de visitas. Além do processo de seleção e triagem, há exames, entrevistas e aconselhamentos antes da aplicação da vacina. Após isso, há visitas em 1 mês, 3 meses e 6 meses para acompanhar a evolução. São feitos estudos imunológicos sofisticados para verificar a reação do organismo por meio de exames de sangue.
Metade dos voluntários usará placebo (água com sal) e a outra metade recebe a vacina. O teste é duplamente cego: nem pacientes, nem médicos sabem quem está tomando o composto e quem não está. “Isto é importante para que os médicos também não sejam tendenciosos nos aconselhamentos e exames”, diz a coordenadora.
Passo a passo
Para uma vacina ir para os testes em humanos, ela primeiro passa pela fase pré-clinica, onde a substância é aplicada em células humanas fora do corpo e em animais. “Com a tecnologia de engenharia genética é possível criar um rato com sistema imunológico humanizado, igual ao do homem. O teste é feito ainda em macacos e só depois de ser bem sucedido nestas fases é que pode ser aplicado em pessoas”, conta Calazans.
Os estudos em fase 1 avaliam se o produto é seguro, por isso são aplicados em um número pequeno de pessoas, para ter uma menor exposição a riscos. Comprovada a segurança, o estudo passa para a fase da eficácia, com grupo populacional maior, de 3 a 8 mil voluntários.
Como é proibido injetar o vírus para checar se a vacina está funcionando, é preciso um grupo grande de pessoas durante um longo período para comparar o número de infectados do grupo que tomou a vacina para o grupo de controle.
Durante a pesquisa são oferecidos ainda aconselhamentos e camisinhas, o que faz com que o número de casos seja reduzido mesmo no grupo que tomou placebo.
Os voluntários
Para ser voluntário, você precisa ser saudável, não infectado pelo HIV, e não pertencer a nenhum grupo de risco. Calazans destaca que o teste com a candidata à vacina não pode ser tido como uma maneira de prevenir o contágio do HIV, pois a pesquisa ainda está no início.
Por isto, o público-alvo são homens de 18 a 50 anos circuncidados (já que estudos comprovam que a prática reduz a contaminação) e mulheres da mesma idade que não estejam grávidas ou amamentando.
O processo passa por avaliação médica, coleta de amostras de sangue e urina e questionários sobre práticas de exposição ao HIV.
A coordenadora destaca que normalmente os voluntários pertencem a três grandes perfis: os altruístas (pessoas que querem ajudar), jovens estudantes da área de saúde (para conhecer melhor a área) e pessoas com proximidade com pessoas com Aids (que convivem com a doença e querem colaborar com a descoberta da vacina).
Para se inscrever basta procurar a Unidade de Pesquisa de Vacinas Anti-HIV, pelo telefone 5087-9915, e-mail vacinas@crt.saude.sp.gov.br ou ir pessoalmente ao Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, da Secretaria, que fica na Rua Santa Cruz, 81, Vila Mariana, zona sul da capital.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

transplante. nova tecnologia: Cientistas criam vasos sanguíneos


Do G1, em São Paulo
Pesquisadores da Universidade Rice e da Faculdade de Medicina Baylor conseguiram vencer um dos maiores desafios para o cultivo de tecidos de transplante em laboratório. Eles acharam um jeito de fazer veias e artérias crescerem dentro desses órgãos, mantendo o tecido vivo. A pesquisa será divulgada na publicação científica “Acta Biomaterialia”.
“A falta de habilidade em conseguir criar rede de veias – ou vascularizar – em tecidos criados em laboratório é hoje o maior problema da medicina regenerativa”, diz Jennifer West, um dos pesquisadores que participou do estudo. “Se você não tem irrigação de sangue, não é possível fazer uma estrutura de tecido que seja mais grossa que alguns mícrons [um milímetro dividido por mil].”
O primeiro passo da pesquisa foi achar um tipo de plástico não-tóxico que imitasse a matriz extracelular, uma estrutura que fica entre as células na maioria dos órgãos. Depois, os pesquisadores criaram um gel combinarando esse plástico – o polietilenoglicol – com uma substância que estimula o crescimento celular e com dois tipos de célula necessárias para a criação de veias.
As duas células usadas na mistura foram tingidas com cores fluorescentes e, em 72 horas, os cientistas conseguiram ver a formação de vasos sanguíneos dentro do gel.
Para testar a nova rede vascular, a equipe implantou o gel em córneas de rato, onde naturalmente não há veias ou artérias. Após injetar um corante no sistema circulatório do animal, os pesquisadores conseguiram confirmar que o sangue corria dentro dos recém-criados vasos sanguíneos.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ouvir música libera dopamina - e dá prazer



Até agora, não se sabia que substância estaria ligada a sensação abstrata


O intenso prazer que se sente ao escutar música provoca no cérebro a liberação de dopamina, um neurotransmissor que serve para avaliar ou recompensar prazeres específicos associados à alimentação, drogas ou dinheiro. De acordo com um estudo publicado na revista científica Nature Neuroscience, a dopamina serve para reforçar alguns comportamentos essenciais à sobrevivência (alimentação), ou pode ainda desempenhar um papel na motivação (recompensa secundária através do dinheiro). O que não se sabia, no entanto, era como a substância poderia estar envolvida no prazer abstrato - como ouvir música.

Para chegar aos resultados, pesquisadores da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, selecionaram dez voluntários, de 19 a 24 anos, entre os 217 que responderam a um anúncio solicitando pessoas que sentiam sinais de extremo prazer ao escutar música. Por meio de aparelhos de diagnóstico por imagens, a equipe dos cientistas Salimpoor Valorie e Robert Zatorre mediu a liberação de dopamina e a atividade do cérebro. Paralelamente, sensores informavam a frequência cardíaca e respiratória dos voluntários, sua temperatura ou sinais de estremecimento de prazer no nível da pele.
Cérebro - Os resultados mostram que a dopamina é secretada antes do prazer associado à música ouvida, e durante o próprio "estremecimento" de prazer, ou seja, no auge emocional. Tratam-se de dois processos fisiológicos distintos que envolvem diferentes regiões no "coração" do cérebro. Durante o auge do prazer, é ativado o núcleo "accumbens", envolvido na euforia produzida pela ingestão de psicoestimulantes - como a cocaína. Antes, no prazer por antecipação, a atividade da dopamina é observada em outra área do cérebro.
O nível de liberação da dopamina varia com a intensidade da emoção e do prazer, em comparação com as medições realizadas ao escutar uma música "neutra" (indiferente aos voluntários). "Nossos resultados ajudam a explicar porque a música tem esse valor em todas as sociedades humanas", destacam os pesquisadores. A pesquisa permite ainda compreender "porque a música pode ser utilizada de forma eficaz em rituais, pelo marketing ou em filmes para induzir estados de humor". Como um prazer abstrato, a música contribuiria, graças à dopamina, para um fortalecimento das emoções, ao estimular noções de espera (da próxima nota, de um ritmo preferido), de surpresa e de expectativa.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Rio ganha laboratório de nanotecnologia


por Agência Fapesp
04/01/2011
Unidade é a primeira da região preparada para atender demandas em nanotecnologia provenientes de pesquisas públicas e privadas


As pesquisas em materiais e dispositivos nanométricos, como os usados em sensores e circuitos eletrônicos, acabam de ganhar um reforço no Rio de Janeiro. Foi instalado no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCT) o Laboratório Multiusuário de Nanociência e Nanotecnologia (Labnano).
De acordo com o CBPF, o novo laboratório é o primeiro da região concebido e preparado para atender a demandas em nanotecnologia provenientes de centros de pesquisa públicos e privados e também de empresas.


Deverá impulsionar as pesquisas na área de materiais nanoestruturados, com ênfase na produção de estruturas em escala nanométrica (bilionésima parte do metro), tais como sensores para aplicação em imageamento térmico e para diagnósticos médicos, entre outras finalidades.


A perspectiva é que o Labnano possa apoiar projetos desenvolvidos por grupos de pesquisa das instituições parceiras no empreendimento. Entre elas estão, além do CBPF, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a Universidade Federal Fluminense, o Instituto Militar de Engenharia e a Universidade Federal do Espírito Santo.


O novo laboratório, que deverá estar em plena atividade até fevereiro de 2011, também poderá ser utilizado por grupos de pesquisa de outras regiões e prestar serviços para empresas atuantes na área.


Os investimentos para construção do Labnano somaram cerca de R$ 7 milhões e financiaram, além da obra, a infraestrutura de nanofabricação e caracterização de amostras, que conta com microscópio eletrônico de varredura, sistema de nanolitografia por feixe de elétrons e microscópio eletrônico de transmissão.


A equipe de pesquisadores do CBPF estima que o laboratório atenderá a mais de cem projetos de pesquisa por ano.

domingo, 9 de janeiro de 2011

SUS pode pagar por reparação em mulheres agredidas

por Saúde Business Web
05/01/2011
Segundo projeto de lei, hospitais e os centros de saúde deverão informar às vítimas de violência sobre esse direito à cirurgia gratuita
Projeto de lei que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a pagar por cirurgias plásticas de reparação em mulheres que têm sequelas de violência encontra-se na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). A proposta, apresentada pelo deputado Neilton Mulim (PR-RJ), receberá decisão terminativa - aquela tomada por uma comissão, com valor de uma decisão do Senado. 

De acordo com o projeto (PLC 112/09), os hospitais e os centros de saúde deverão informar às vítimas de violência sobre esse direito à reparação gratuita. Além disso, o texto estabelece que as mulheres sejam encaminhadas, se necessário, a serviços especializados para complementação diagnóstica ou tratamento.

Segundo informações da Agência Câmara, Mulim ressaltou que a maioria dos casos de agressão às mulheres acontece com quem não pode pagar uma cirurgia plástica reparadora. Para o autor, o procedimento cirúrgico é importante, uma vez que as mulheres agredidas têm sua integridade física comprometida, o que também afeta sua autoestima.

De acordo com a Sociedade Mundial de Vitimologia, o Brasil é o país em que as mulheres estão mais sujeitas à violência doméstica, entre 54 analisados.

A proposta já foi aprovada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Vacina anticocaína
Um grupo de pesquisadores norte-americanos anunciou o desenvolvimento de uma vacina capaz de proteger contra os efeitos da cocaína.
A vacina anticocaína, que foi testada em animais de laboratório, é feita de uma combinação de partes do vírus do resfriado comum com uma partícula que imita a cocaína.
Segundo os cientistas, a vacina está pronta para ser testada em humanos, assim que for obtida autorização dos órgãos de saúde. O estudo foi publicado no exemplar de Janeiro da revista Molecular Therapy.
Proteção contra a cocaína
O grupo afirma que a vacina pode ser a primeira ferramenta à disposição dos dependentes de cocaína, representando uma forma simples para interromper o uso da droga, auxiliando outros tratamentos para efetivamente reverter o vício.
A abordagem também poderá ser útil no tratamento de outras dependências, tais como a nicotina, heroína e metanfetamina e até mesmo do crack.
"Nossos dados mostraram de forma marcante que somos capazes de proteger camundongos contra os efeitos da cocaína, e nós achamos que esta abordagem pode ser muito promissora na luta contra o vício em humanos," afirmou Ronald Crystal, professor de medicina genética da Universidade Cornell, nos Estados Unidos.
"A vacina suprime os efeitos estimulantes da droga," acrescenta Kim Janda, coautor da pesquisa. "Diferentemente de outros tipos de tratamento, uma vacina como essa não interfere com os alvos neurológicos da droga. Em vez disso, ela bloqueia a cocaína, impedindo que ela chegue ao cérebro."
Ajuda para largar o vício
Nos experimentos, o efeito da vacina anticocaína durou por pelo menos 13 semanas, o maior tempo de imunidade ao vício já conseguida até hoje.
Como a vacina foi fabricada com materiais baratos e não exige múltiplas infusões de alto custo, os pesquisadores esperam que ela possa passar rapidamente para os testes em humanos.
Os cientistas afirmam que a vacina servirá como um "imuno-ajudante", voltada para o tratamento de pessoas que já estão tentando abandonar o vício.
Eles acreditam que a mesma abordagem será válida para auxiliar os viciados em crack.
Como a cocaína age
A cocaína, derivada da folha da planta da coca Erythroxylaceae, é uma droga muito potente que, sendo um sal, é aspirada ou dissolvida em água e injetada diretamente na corrente sanguínea.
O sal também é frequentemente neutralizado para produzir uma forma insolúvel, que é fumada.
Uma vez inserida na corrente sanguínea, a droga atravessa a barreira hemato-encefálica e se acumula rapidamente no cérebro.
A cocaína se acumula em partes dos sistemas de recompensa do cérebro, como o núcleo accumbens. Ali, as moléculas de cocaína interferem com a regulação normal da dopamina, ligando-se aos transportadores de dopamina e impedindo-os de reciclar o neurotransmissor.
Isto leva ao acúmulo de dopamina no núcleo accumbens, que produz uma sensação de euforia no usuário - uma sensação que surge segundos depois da ingestão da droga e dura vários minutos.
Esse efeito psicológico da recompensa imediata é a base da busca da droga pelos usuários.
Apesar de os resultados da vacina anticocaína serem promissores, o processo de teste exaustivo em humanos, que será realizado a seguir, significa que pode levar vários anos até que ela se transforme em um produto disponível comercialmente.