sexta-feira, 11 de junho de 2010

Anticorpo plástico.



Biotecnologia

Primeiros anticorpos de plástico do mundo salvam a vida de camundongos

11 de junho de 2010
(Foto: Getty Images)
Anticorpos feitos de plástico salvaram a vida de camundongos infectados com veneno de abelha - é a primeira vez que a técnica funciona em animais. A notícia foi publicada na revista New Scientist.
O químico Kenneth Shea, da Universidade da Califórnia, líder da pesquisa, disse que este é o primeiro passo para a produção personalizada de anticorpos que serviriam à medicina desde a cura de envenenamentos até o combate a infecções.

Anticorpos naturais são produzidos pelo sistema imunológico dos seres humanos para atacar determinado antígeno. Da mesma maneira, os anticorpos de plástico contém cavidades moldadas na forma e tamanhos exatos às moléculas que devem ser capturadas - nesse caso, a melitina, o agente ativo do veneno de abelha.

A equipe da Universidade da Califórnia conseguiu fabricar anticorpos de plástico por meio de um processo chamado "impressão molecular". Eles usaram um catalisador para estimular a formação de polímeros em volta das moléculas do veneno de abelha. Depois disso, dissolveram o veneno e, no lugar, ficaram cavidades idênticas em tamanho e forma às moléculas de melitina.

Shea injetou as nanopartículas de plástico em camundongos 20 segundos após terem sido infectados com o veneno de abelha. De acordo com o estudo, 60% dos animais sobreviveram e todos aqueles que não receberam a injeção morreram. Os anticorpos de plástico foram destruídos pelo fígado dos camundongos. "Concluímos que nanopartículas de polímero são eficazes em capturar melitina na corrente sanguínea", escreveu Shea e seus colegas no artigo publicado no Journal of the American Chemical Society. 
Philipp Holliger, do laboratório de Biologia Molecular de Cambridge, Inglaterra, disse que os anticorpos de plástico executam algumas das funções exercidas pela contrapartida natural - capturar toxinas e enviá-las ao fígado para destruição. "Essas propriedades fazem deles alternativas atraentes para o desenvolvimento de antídotos em muitos tratamentos", explicou.

No entanto, Holliger tem dúvidas se os anticorpos de plástico poderão desempenhar outras funções importantes exercidas pelos anticorpos naturais, como aparelhar o sistema imunológico para combater infecções futuras. Ao contrário dos anticorpos naturais, as nanopartículas de plástico não conseguem se comunicar com outras células e componentes do sistema imunológico.

                                                                                                                        Fonte: Revista Veja.(11/06)

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